Pesquisar

domingo, 26 de junho de 2016

Os Quatros Brasis Divisão Regional de Milton Santos

OS “QUATROS BRASIS” Divisão Regional Segundo Milton Santos.

        QUEM FOI MILTON SANTOS?
   Milton Almeida dos Santos foi um geógrafo brasileiro. Graduado em Direito, Milton destacou-se por seus trabalhos em diversas áreas da geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro Mundo.
Nascimento3 de maio de 1926, Brotas de Macaúbas, Bahia
Falecimento24 de junho de 2001, São Paulo, São Paulo
NacionalidadeBrasileiro
     Um pesquisador implicado na realidade local até 1964, ano em que deixa o Brasil em razão do golpe militar, ele conduz paralelamente uma carreira acadêmica e atividades públicas. Foi um jornalista e redator do jornal A Tarde (1954-1964), professor de geografia humana na Universidade Católica de Salvador (1956-1960), professor catedrático de geografia humana na Universidade Federal da Bahia onde cria o Laboratório de Geociências, foi diretor da Imprensa Oficial da Bahia (1959-1961), presidente da Fundação Comissão de Planejamento Econômico do Estado da Bahia (1962-1964), e representante da Casa Civil do presidente Janio Quadros na Bahia, em 1961. Suas pesquisas e publicações da época focalizam as realidades locais, principalmente a capital – a tese de doutorado é intitulada O Centro da Cidade de Salvador – assim como as cidades e a região do Recôncavo.

BRASIL: DIVISÃO REGIONAL DE MILTON SANTOS.
      Milton Santos sugeriu o uso da denominação em 1979. A novidade está na elucidação do conceito pela sua conexão implantada das infraestruturas e das redes que veiculam a revolução tecnocientífica.
     O principal critério utilizado para a criação da proposta de regionalização feita por Milton Santos e Maria Laura Silveira foi o “meio técnico-científico-informacional”, isto é, a informação e as finanças estão irradiadas de maneiras desiguais e distintas pelo território brasileiro, determinado “quatro brasis”:
     Região Amazônica: caracteriza-se pela rarefação demográfica e baixa densidade técnica. Os sistemas informacionais aparecem como formas externas, representadas, por exemplo, pelos satélites e radares do Sivam. Os grandes projetos estruturam enclaves, isolados num meio pré-mecânico. O maranhão, conectado ao Projeto dos Polos de Alumínio, poderia ser incluído na Amazônia, mas misteriosamente os autores prefeririam conserva-lo no Nordeste. Inclui os estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. 
       Região Nordeste: define-se pelo peso das heranças: ”é uma área de povoamento antigo onde a constituição do meio mecanizado se deu de fora pontual e pouco densa”. A rugosidade do espaço geográfico retarda os fluxos. A instalação das infraestruturas e redes informacionais realiza-se de modo descontínuo, “sobre um quadro socioespacial praticamente engessado”. Inclui os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Primeira região a ser povoada, apresenta uma agricultura pouco mecanizada se comparada à Região Centro-Oeste e à região Concentrada. 
       Região Centro-Oeste: emerge como área de ocupação periférica, fundada na especialização agropecuária e na modernização subordinada as necessidades das firmas que tem sede na Região Concentrada. O estado de Tocantins, estranhamente deslocado para a região Norte pela constituição de 1988, reincorpora-se ao Centro-Oeste. Inclui Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do sul e Tocantins, apresenta uma agricultura globalizada, isto é, moderna, mecanizada e produtiva, é a segunda maior do país em área territorial, mas apresenta um baixo índice em termos de quantitativos populacionais.

        Região Concentrada: Sede da agricultura mais moderna do Brasil e do mais expansivo desenvolvimento industrial e financeiro, essa área concentra, também, os níveis superiores dos sistemas de saúde, educação, lazer e serviços modernos, como a publicidade, cujas demandas são garantidas pelo consumo dessa grande concentração produtiva e populacional. Inclui os estado do Rio de Janeiro, o sul do Espírito Santo, o sul de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, mais tarde, partes do Mato Grosso do Sul.

Nenhum comentário:

Postar um comentário