OS “QUATROS BRASIS” Divisão Regional Segundo Milton
Santos.
QUEM FOI MILTON SANTOS?
Milton Almeida dos Santos foi um geógrafo
brasileiro. Graduado em Direito, Milton destacou-se por seus trabalhos em
diversas áreas da geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro
Mundo.
Um pesquisador implicado na realidade local até
1964, ano em que deixa o Brasil em razão do golpe militar, ele conduz
paralelamente uma carreira acadêmica e atividades públicas. Foi um jornalista e
redator do jornal A Tarde
(1954-1964), professor de geografia humana na Universidade Católica de Salvador
(1956-1960), professor catedrático de geografia humana na Universidade Federal
da Bahia onde cria o Laboratório de Geociências, foi diretor da Imprensa
Oficial da Bahia (1959-1961), presidente da Fundação Comissão de Planejamento
Econômico do Estado da Bahia (1962-1964), e representante da Casa Civil do
presidente Janio Quadros na Bahia, em 1961. Suas pesquisas e publicações da
época focalizam as realidades locais, principalmente a capital – a tese de
doutorado é intitulada O Centro da Cidade de Salvador – assim como as cidades e a região do
Recôncavo.
BRASIL: DIVISÃO REGIONAL DE MILTON SANTOS.
Milton Santos sugeriu o uso da denominação em
1979. A novidade está na elucidação do conceito pela sua conexão implantada das
infraestruturas e das redes que veiculam a revolução tecnocientífica.
O principal critério utilizado para a
criação da proposta de regionalização feita por Milton Santos e Maria Laura
Silveira foi o “meio técnico-científico-informacional”, isto é, a informação e
as finanças estão irradiadas de maneiras desiguais e distintas pelo território
brasileiro, determinado “quatro brasis”:
Região Amazônica: caracteriza-se pela rarefação demográfica e baixa
densidade técnica. Os sistemas informacionais aparecem como formas externas,
representadas, por exemplo, pelos satélites e radares do Sivam. Os grandes
projetos estruturam enclaves, isolados num meio pré-mecânico. O maranhão,
conectado ao Projeto dos Polos de Alumínio, poderia ser incluído na Amazônia,
mas misteriosamente os autores prefeririam conserva-lo no Nordeste. Inclui os
estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia.
Região Nordeste: define-se
pelo peso das heranças: ”é uma área de povoamento antigo onde a constituição do
meio mecanizado se deu de fora pontual e pouco densa”. A rugosidade do espaço
geográfico retarda os fluxos. A instalação das infraestruturas e redes
informacionais realiza-se de modo descontínuo, “sobre um quadro socioespacial
praticamente engessado”. Inclui os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Primeira região
a ser povoada, apresenta uma agricultura pouco mecanizada se comparada à Região
Centro-Oeste e à região Concentrada.
Região Centro-Oeste: emerge
como área de ocupação periférica, fundada na especialização agropecuária e na
modernização subordinada as necessidades das firmas que tem sede na Região
Concentrada. O estado de Tocantins, estranhamente deslocado para a região Norte
pela constituição de 1988, reincorpora-se ao Centro-Oeste. Inclui Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do sul e Tocantins, apresenta uma agricultura globalizada,
isto é, moderna, mecanizada e produtiva, é a segunda maior do país em área territorial, mas apresenta
um baixo índice em termos de quantitativos populacionais.
Região Concentrada: Sede da agricultura
mais moderna do Brasil e do mais expansivo desenvolvimento industrial e
financeiro, essa área concentra, também, os níveis superiores dos sistemas de
saúde, educação, lazer e serviços modernos, como a publicidade, cujas demandas
são garantidas pelo consumo dessa grande concentração produtiva e populacional.
Inclui os estado do Rio de Janeiro, o sul do Espírito Santo, o sul de Minas
Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, mais tarde,
partes do Mato Grosso do Sul.
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